Andava sujo e solitário pelas ruas de uma Veneza medieval o pequeno Estevão, buscando comida e abrigo, assim como escapar da tenebrosa peste.
Dia após dia o rapazinho enfrentava os descasos que se passa ao morar na rua, e todos os desaforos e mentiras de outros comparsas indigentes que habitavam as redondezas.
Certa tarde de verão, o menino caminhava pelas beiras do rio quando topou com uma moeda de ouro caída na grama próxima à margem. Sentiu-se sortudo, o que era extremamente raro em sua vida.
Estevão se abaixou ligeiramente para pegar a moeda que agora lhe pertencia, mas logo sentiu uma irrefutável dor na mão, que agora se encontrava abaixo da sola do sapato do pesado Carlo, seu pior inimigo. Escorria sangue e a moeda havia lhe escapado entre os dedos.
Amaldiçoava sua burrice por ter ficado tão fascinado com a moeda e não ter olhado para os lados antes de se abaixar. Agora Carlo e toda sua trupe o olhavam de cima abaixo e não economizavam risadas traiçoeiras e comentários censuráveis.
Foram embora carregando o motivo da felicidade instantânea de Estevão no bolso, sem saber que ele nunca mais se esqueceria desse episódio, alimentando sua fome por vingança.
Gostaria que tivesse uma continuação!
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