terça-feira, 11 de maio de 2010

Tremendo, eu segurava meu coração em minha mão, estendida a você.
Com impaciência, você se negava a aceitar. E à medida que o sangue escorria pelo meu braço, as lágrimas encharcavam meu rosto.
Eu não sentia dor física. Doía muito mais a sua reprovação em aceitar o coração pulsante e amoroso que eu entreguei (ou pelo menos tentei) a você.
Decepcionada, abaixei a mão e a cabeça, e com passos curtos voltei pra casa.
Costurei meu peito com linha preta.
Acho que agora eu aprendi a amar.

domingo, 9 de maio de 2010

Grave, gravidade.

Aqueles dois corpos estavam cada vez mais distantes. A força de atração era quase nula- desprezível.
Mas perante a sociedade estavam juntos, é claro, uma relação tão longa não poderia simplesmente acabar assim.
Em repouso, sonhavam calados em sair de casa. Iminência de movimento! Tudo o que precisavam era da ação de uma força externa que interrompesse essa inércia inconveniente.
Ela sabia que sua pulsação não mais acelerava quando ele estava por perto.
Ele percebia que a dinâmica não reinava mais nas conversas.
Toda ação acometia numa reação, e eles já não agüentavam o peso da situação.
A resultante vetorial sempre apontava a mesma direção: separação.
Só não fazia sentido que uma relação tão longa simplesmente acabasse assim.

Ah, eles nunca gostaram de física...