Há algum tempo atrás, papai me contou uma longa história.
Ele começou dizendo que, em algum lugar bem distante, nos confins do universo, existe uma bola gigante de matéria em resfriamento. Ele me contou que essa bola gigante é inteiramente azul, com algumas porções de massa verde.
Essas porções de massa verde são politicamente dividas em territórios.
“Mas quem divide essas massas?” eu perguntei.
Então ele me respondeu que essa bola gigante é abarrotada de vida. Vida, segundo ele, é um conjunto pluricelular que forma um organismo. O principal órgão desse sistema é o cérebro. Papai disse que o cérebro é responsável por comandar tudo o que acontece dentro desses organismos. E como o número de vidas é muito grande, esse cérebro acaba controlando toda a bola gigante.
Tem vida na parte azul e tem vida na parte verde, e quem mora na parte verde fez questão de dividi-la em territórios.
“Entenda, aquelas vidas não suportariam viver juntas, filha. Então elas tiveram que dividir o espaço...” ele me disse.
Papai me contou também que essas vidas se desenvolveram bastante com o passar do tempo, e que lá, elas arranjam explicação científica para tudo. Elas até começaram a se chamar de... ‘humanos’.
Esses humanos, habitantes dessa bola gigante, vivem de forma totalmente animal. Eles são basicamente controlados por instintos como a fome, o sono, o frio e, principalmente, o ódio.
“Mas o que é explicação científica, pai?” Eu questionei.
Então ele me disse que esses humanos passam muito tempo estudando... Ele disse que eles conhecem toda a estrutura interna da bola, os movimentos que ela realiza em torno do Sol, a força que puxa tudo o que tem na bola e até a pressão do ar em cima da bola.
Ele me disse que essa bola é chamada de Planeta Terra. O que, segundo ele, é uma grande injustiça, uma vez que a percentagem de água no Planeta Terra é maior do que a de terra, e que lá, todos os humanos necessitam de água para viver. Até o sangue deles é composto por água!
“Sangue?” eu perguntei.
Então papai me explicou que sangue é um líquido vermelho presente no organismo, e que esse líquido é fundamental, pois ele carrega todas as substâncias que o corpo pede, de um lado para o outro.
Desde sempre, no Planeta Terra, os humanos derramavam o sangue uns dos outros, em disputas chamadas ‘guerras’.
Derramava tanto sangue que o organismo morria. E eles faziam isso em nome dos territórios... Pois, como papai já disse, eles não suportariam viver juntos.
Os humanos são tão influenciáveis que, como forma de ‘controlar’ essa falta de solidariedade, eles inventaram as leis. Leis são um conjunto de normas que todo humano deve seguir para viver melhor no planeta. Assim que o humano nasce, cai sobre ele uma série de normas e regras impostas pela sociedade, que ele aprende desde o berço. Assim, o humano permanece sempre em posição inercial, pois ele é incluído nesse sistema no momento em que nasce, e ele não pode mais sair. E o sistema é cruel...
Os humanos são sujos. Jogam lixo até fora da Terra, poluem até a camada que os mantém vivos, protegendo-os do Sol. Os humanos degradam, matam e desmatam tudo o que um dia foi vivo. Eles sofrem... ah, como eles sofrem.
Ele começou dizendo que, em algum lugar bem distante, nos confins do universo, existe uma bola gigante de matéria em resfriamento. Ele me contou que essa bola gigante é inteiramente azul, com algumas porções de massa verde.
Essas porções de massa verde são politicamente dividas em territórios.
“Mas quem divide essas massas?” eu perguntei.
Então ele me respondeu que essa bola gigante é abarrotada de vida. Vida, segundo ele, é um conjunto pluricelular que forma um organismo. O principal órgão desse sistema é o cérebro. Papai disse que o cérebro é responsável por comandar tudo o que acontece dentro desses organismos. E como o número de vidas é muito grande, esse cérebro acaba controlando toda a bola gigante.
Tem vida na parte azul e tem vida na parte verde, e quem mora na parte verde fez questão de dividi-la em territórios.
“Entenda, aquelas vidas não suportariam viver juntas, filha. Então elas tiveram que dividir o espaço...” ele me disse.
Papai me contou também que essas vidas se desenvolveram bastante com o passar do tempo, e que lá, elas arranjam explicação científica para tudo. Elas até começaram a se chamar de... ‘humanos’.
Esses humanos, habitantes dessa bola gigante, vivem de forma totalmente animal. Eles são basicamente controlados por instintos como a fome, o sono, o frio e, principalmente, o ódio.
“Mas o que é explicação científica, pai?” Eu questionei.
Então ele me disse que esses humanos passam muito tempo estudando... Ele disse que eles conhecem toda a estrutura interna da bola, os movimentos que ela realiza em torno do Sol, a força que puxa tudo o que tem na bola e até a pressão do ar em cima da bola.
Ele me disse que essa bola é chamada de Planeta Terra. O que, segundo ele, é uma grande injustiça, uma vez que a percentagem de água no Planeta Terra é maior do que a de terra, e que lá, todos os humanos necessitam de água para viver. Até o sangue deles é composto por água!
“Sangue?” eu perguntei.
Então papai me explicou que sangue é um líquido vermelho presente no organismo, e que esse líquido é fundamental, pois ele carrega todas as substâncias que o corpo pede, de um lado para o outro.
Desde sempre, no Planeta Terra, os humanos derramavam o sangue uns dos outros, em disputas chamadas ‘guerras’.
Derramava tanto sangue que o organismo morria. E eles faziam isso em nome dos territórios... Pois, como papai já disse, eles não suportariam viver juntos.
Os humanos são tão influenciáveis que, como forma de ‘controlar’ essa falta de solidariedade, eles inventaram as leis. Leis são um conjunto de normas que todo humano deve seguir para viver melhor no planeta. Assim que o humano nasce, cai sobre ele uma série de normas e regras impostas pela sociedade, que ele aprende desde o berço. Assim, o humano permanece sempre em posição inercial, pois ele é incluído nesse sistema no momento em que nasce, e ele não pode mais sair. E o sistema é cruel...
Os humanos são sujos. Jogam lixo até fora da Terra, poluem até a camada que os mantém vivos, protegendo-os do Sol. Os humanos degradam, matam e desmatam tudo o que um dia foi vivo. Eles sofrem... ah, como eles sofrem.
-Pai, eu não quero ser humano.