domingo, 9 de maio de 2010

Grave, gravidade.

Aqueles dois corpos estavam cada vez mais distantes. A força de atração era quase nula- desprezível.
Mas perante a sociedade estavam juntos, é claro, uma relação tão longa não poderia simplesmente acabar assim.
Em repouso, sonhavam calados em sair de casa. Iminência de movimento! Tudo o que precisavam era da ação de uma força externa que interrompesse essa inércia inconveniente.
Ela sabia que sua pulsação não mais acelerava quando ele estava por perto.
Ele percebia que a dinâmica não reinava mais nas conversas.
Toda ação acometia numa reação, e eles já não agüentavam o peso da situação.
A resultante vetorial sempre apontava a mesma direção: separação.
Só não fazia sentido que uma relação tão longa simplesmente acabasse assim.

Ah, eles nunca gostaram de física...

3 comentários:

  1. lógica, coerente, surpreendente. você faz a gente acreditar que tudo tem uma explicação, um sentido, mesmo as coisas mais ambíguas possíveis, fazem sentido.

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  2. eu tento, obrigada =]
    esse é meu texto preferido em todo o blog.

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  3. Muito bem feito esse texto =) Digno de um espaço em um livro de Física rs
    -DU

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