sábado, 5 de fevereiro de 2011

O Anjo e o Sol Poente

Havia um anjo.
Não era menino, não era menina. Não tinha cabelo, vidro ou parafina.
Aquilo era apenas um anjo.
Todas as tardes, desde a criação, o anjo sentava na mesma pedra terrestre, e esperava o sol se por.
Não havia endereço, teatro ou companheiros.
Só havia uma bela imagem a seu dispor.
Certo dia, o anjo esperou, esperou de frente ao céu poente, mas nada do sol descer.
E então ele esperou, e esperou, pois tinha toda a eternidade a perder.
Até que o anjo notou depois de muito tempo passar,
Que aquilo que ele tanto esperava, não iria mais se concretizar.
Havia uma obra humana na frente, um edifício.
E enxergar o sol se por dali, era uma tarefa muito difícil.
Pobre anjinho.
Pensava a todo momento: “Quando será que os terríveis humanos irão aprender Que de nada vai importar a moeda, se o sol não aparecer?”.

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