segunda-feira, 23 de agosto de 2010

limoeiro

Ela andou durante horas, não sabia onde estava nem para onde estava indo, apenas andou.
Finalmente chegou a um limoeiro. Não havia mais nada lá. Nem chão, nem céu sobre sua cabeça, apenas um antigo e encurvado limoeiro. Abatido pela seca.
Então ela se deu conta de tudo o que mais precisava naquele momento, era sentir o gosto azedo e cítrico de um limão verde entre seus lábios, a acidez entre os poros de sua língua, pele e ranhuras nos dentes. Ela cobiçava isso.
Procurou avidamente por uma fruta naquele pé, e quanto mais procurava mais sua vontade aumentava, e nessa medida aumentava também sua desesperada decepção ao ver que aquele limoeiro não havia gerado fruto. Estava na época errada. Era melhor desistir, não há nada aqui que pudesse suprir seu anseio pelo azedume.

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