sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Ele estava ali por mim. Eu estava lá para dizer adeus.

Mais um trovão, e eu podia sentir os pingos da chuva quicando em minhas costas. Eu estava ali, molhada, de frente pra ele e ambos esperávamos correspondência.
Por impulso, me joguei em seus braços e num apertado abraço, jurei nunca mais partir.
Jura inválida. Jura em vão.
Partir era uma certeza, e não havia escolha, eu tinha que ir.
Morar em outra cidade, abandonar a paisagem e me despedir. Isso era uma certeza, eu só tinha que convir.
Mas ali, em seus braços, não havia mais nada que eu pudesse fazer. Só me afogar em seu colo limpando minhas lágrimas no pano fino de sua camiseta.
Mudo, ele compreendeu. Mudo, ele permaneceu.
Ambos sabíamos que nenhuma palavra ou gesto poderia externar a melancolia daquele momento. Nenhum dialeto poderia prever aquela saudade.
Presa em seus braços eu me agarrei ao último fio inalcançável de esperança.
Parti dizendo adeus.

3 comentários:

  1. sendo um momento específico chega a parecer, pela riqueza de detalhes uma fase longa. prima pela perfeição de sentimento na hora em que leio.

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  2. perfeito...
    emocionante...

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  3. Primeiro Post Publicado....
    Parabéns!
    Você é minha escritora.
    Você está realizando meu sonho.
    Amo muito você.

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